OS ESTIGMAS DE SÃO FRANCISCO

Nunca se ouviu falar no mundo de tal sinal, a não ser o que se realizou no Filho de Deus que é Cristo Senhor.

Pouco antes da morte, nosso irmão e Pai São Francisco, apareceu crucificado, trazendo em seu corpo as cincos chagas que são verdadeiramente os estigmas de Cristo.

Suas mãos e pés tinham como que perfurações de cravos, transpassados de ambas as partes conservando as cicatrizes e deixando ver o negrume dos cravos.” Seu lado apareceu transpassado por uma lança e muitas vezes fazia jorrar sangue.

Tomás de Celano, escrevendo a primeira biografia de São Francisco, relata a cena da descoberta das marcas no corpo do Santo de Assis, pelos frades: “ Suas mãos e seus pés pareciam atravessados bem no meio pelos cravos, aparecendo as cabeças no interior das mãos e em cima dos pés,com as pontas saindo do outro lado de fora, deixando ver um pedaço de carne como se fossem pontas de cravos entortados e rebatidas saindo para fora da carne”.

Também nos pés estavam marcados os sinais dos cravos, sobressaídos da carne. O lado direito parecia atravessado por uma lança com uma cicatriz fechada que muitas vezes soltava sangue.

Era admirável ver em suas mãos e pés não as feridas dos cravos, mas os próprios cravos, formados por sua carne, com a cor escura do ferro e o seu lado direito rubro de sangue.

“Os sinais do martírio não incutiam horror nos que olhavam, mas emprestavam muita beleza e graça, como pequenas pedras escuras em um pavimento claro”.

O “Poverello “procurava guardar segredo a respeito do que lhe adveio. Somente poucos íntimos estiveram a par do acontecido.

São Francisco é um homem novo! Os estigmas não se explicam sem a santidade de vida do estigmatizado!

A Palavra fez-se carne em São Francisco; seu corpo fala do amor de Deus!

O pássaro da liberdade encontra a porta aberta para voar livremente pelos espaços.

“O Pai São Francisco”, o homem novo, resolve subir a montanha do “Alverne” e ali viver densa solidão. No mistério da misteriosa troca, acontece o encontro do só com o Só, a partilha de sofrimento do amigo com o Amigo. Nada mais podemos acrescentar, mas simplesmente meditar em nosso coração.

Ir. Redenta Rondello

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